domingo, 5 de junho de 2011

CONTINUAÇÃO MOVIMENTOS NATIVISTAS

Revolta de Beckman 


Movimento ocorrido no Maranhão, em 1684 teve duas causas diferentes, embora entrelaçadas. De um lado, os Jesuítas protestavam contra a escravidão dos índios, o que prejudicava o seu trabalho de catequese. Inutilmente reclamaram, primeiro ao Governador e, depois, à própria Metrópole, cujas ordens chegavam ao Maranhão (então com um governo separado do restante do Brasil), mas simplesmente não eram cumpridas. Do outro havia a revolta da população em geral, inclusive dos escravocratas contra a Companhia de Comércio do Maranhão, fundada em 1682 e que recebeu da coroa o direito  de monopolizar a atividade comercial, controlando a exportação e a importação e estabelecendo os preços segundo seu próprio critério. Em troca, a Companhia se comprometeu a proceder a importação de 500 escravos africanos por ano, que seriam vendidos a um preço pré-estabelecido em contrato, de maneira a substituir, paulatinamente, o escravo índio pelo escravo negro. O monopólio foi estabelecido imediatamente, mas a importação de escravos não chegou a acontecer.


Aproveitando-se da fragilidade do governo local, um grupo de 60 homens armados, comandados pelos irmãos Manuel Beckman e Tomás Beckman, depõe o capitão-mor Baltazar Fernandes e reivindicam o fim imediato do monopólio. Todavia, logo depois, chega ao Maranhão o novo governador, Gomes Freire, que restabelece a ordem, e manda enforcar Manoel Beckman, enquanto que seu irmão foi exilado. A Companhia de Comércio foi extinta e a Companhia de Jesus voltou à sua atividade de catequese, mas os índios que participaram da guerra foram incorporados ao braço escravo.




 A Inconfidência Mineira (1789)

Nascida de um sonho estudantil, sem consistência ideológica e, principalmente, sem uma estratégia militar definida, a insurreição de Minas estava, desde o início, destinada ao fracasso. Os jovens acadêmicos, recém chegados da França, onde haviam tomado contato com as novai ideias dos iluministas e enciclopedistas, acreditavam ser o Brasil um excelente campo para a aplicação prática dessas teses, tanto mais, que encontraram, nas Minas Gerais, um ambiente de agitação e revolta, pelo anúncio de novas medidas visando aumentar a arrecadação de impostos por cima das já exauridas minas de ouro. Unindo-se a outros elementos locais, e contando com a participação apaixonada e delirante de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, os conjurados mineiros passaram a atrair a adesão de outras regiões do país, fazendo-o de forma descuidada e sem planejamento, o que tornava quase impossível manter segredo do movimento que se organizava. Não bastasse isso, como costuma acontecer em movimentos revoltosos, acabou surgindo um traidor, na pessoa de Joaquim Silvério dos Reis que, devedor do fisco, acreditava que seus débitos seriam anistiados com o benefício da delação. O governador de Minas Gerais, visconde de Barbacena, tomou a primeira providência para abortar a revolta, suspendendo a derrama (imposto proporcional aos rendimentos e que, naquele momento, estava fixado em um quinto do ouro apurado). Em seguinda, mandou prender os inconfidentes, que, depois de um longo processo, foram condenados: doze deles receberam a pena de morte e os restantes a de degredo. Mais tarde, revista a sentença apenas Tiradentes teve sua pena de morte confirmada, sendo os demais degredados, menos Cláudio Manuel da Costa, que suicidou-se na prisão. Tiradentes foi enforcado em 21 de abril de 1782 no Rio de Janeiro, sendo esquartejado e suas partes expostas em Minas Gerais.


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